A Biblioteca de Alexandria, localizada no antigo Egito, foi uma das maiores e mais significativas bibliotecas do mundo. Estabelecida no século III a.C., ela abrigava milhares de pergaminhos e textos. Símbolo de conhecimento e cultura, a sua eventual destruição permanece como um tema de debate histórico.

Naqueles tempos antigos, as terras do Egito, Mesopotâmia, Síria, Ásia Menor e Grécia eram adornadas com bibliotecas e arquivos. Estes eram cofres sagrados do conhecimento, protegendo principalmente as tradições únicas e a rica herança de suas regiões locais. No entanto, a visão de uma biblioteca universal, uma que transcendesse fronteiras e capturasse a essência da sabedoria global, foi um conceito nascido da mente grega expansiva e aventureira.

Impressionados pelas notáveis realizações das civilizações vizinhas, os intelectuais gregos eram atraídos como mariposas por uma chama, buscando descobrir e abraçar as profundezas do conhecimento estrangeiro. Os escritos da época estão repletos de histórias de pensadores eminentes como Heródoto, Platão, Teofrasto e Eudoxo de Cnido viajando ao Egito, movidos por uma sede insaciável de aprendizado.

A ideia da Biblioteca de Alexandria não era meramente uma construção; era um sonho, uma sinfonia de pensamento que ressoava através de culturas e épocas. Um lugar onde a busca pela sabedoria não conhecia limites, onde a alma de uma civilização inteira ansiava saber mais, entender mais e ser mais. Era a materialização de uma visão de mundo mais ampla, um símbolo da busca interminável da humanidade pelo esclarecimento.

Fundação da Biblioteca de Alexandria

Nos antigos ecos do tempo, a gênese da Biblioteca e do Museu em Alexandria entrelaça-se com o nome de Demétrio de Faleron. Um outrora poderoso estadista e filósofo ateniense, Demétrio encontrou consolo e novo propósito na corte do Rei Ptolomeu I Sóter após sua queda política. O rei, reconhecendo os vastos tesouros intelectuais contidos em Demétrio, confiou-lhe por volta de 295 a.C. uma tarefa de magnitude e visão extraordinárias: estabelecer a biblioteca e o Museu.

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A “Carta de Aristéias”, escrita no século II a.C., ilumina a missão inspiradora da biblioteca. Demétrio foi agraciado com um orçamento principesco, não apenas para reunir livros, mas para perseguir um sonho incomparável: acumular, se humanamente alcançável, todos os livros do mundo. Uma tarefa hercúlea, mas Demétrio, com sabedoria e determinação, esforçou-se para manifestar a elevada aspiração do rei (Cartas 9–10).

Os sussurros da história repetiram o mesmo conto; Irineu falou do ardente desejo de Ptolomeu de adornar “sua biblioteca com os escritos de todos os homens, na medida em que fossem dignos de séria atenção.” O ar de Alexandria ficou saturado com literatura grega, o próprio sangue vital das buscas acadêmicas na época.

Entre as possessões valiosas da biblioteca estavam os “livros de Aristóteles”. Aqui, a voz da história oscila, fornecendo duas narrativas conflitantes. Uma fala da afirmação de Atenáeus de que Filadelfo adquiriu a coleção de Aristóteles por um resgate de rei. A outra, narrada por Estrabão, conta uma história tortuosa de sucessão e confisco, terminando em 86 a.C. com a apreensão dos livros por Sula, levando-os para Roma. A confusão parece residir em duas realidades separadas; Atenáeus pode descrever a aquisição da coleção da escola de Aristóteles em Atenas, enquanto as palavras de Estrabão podem se referir aos escritos pessoais de Aristóteles. A lamentação de Plutarco de que “os Peripatéticos não possuem mais os textos originais de Aristóteles e Teofrasto” dá peso a esta última história.

Nas câmaras sombrias da história, a Biblioteca de Alexandria permanece um símbolo da aspiração e intelecto humanos. Sua fundação, confiada a um político caído, floresceu em um santuário de conhecimento, um testemunho atemporal à sede eterna por sabedoria. Mesmo hoje, as histórias conflitantes de suas aquisições sussurram um lembrete de que a verdade muitas vezes se encontra envolta nas belas complexidades do esforço humano.

Crescimento da Biblioteca

No coração da antiga Alexandria, a Biblioteca e o Museu estavam entrelaçados como estudiosos em um diálogo apaixonado, um nutrindo o outro com a generosidade da sabedoria. Posicionada no abraço do palácio real e à beira do porto, a biblioteca floresceu sob os olhos atentos dos reis, transformando-se em um verdadeiro santuário de pesquisa e descoberta. Sua conexão com o Museu não era meramente conveniente; era um alinhamento poético da busca intelectual e recurso, uma relação simbiótica que nutria as mentes que buscavam desvendar os mistérios do universo.

Mero meio século após sua fundação, por volta de 295 a.C., a coleção da Biblioteca Real havia inchado além das paredes destinadas a contê-la. Uma enxurrada de conhecimento, um testemunho da curiosidade humana, havia enchido as prateleiras até transbordar. Esse reservatório transbordante de sabedoria motivou um grandioso e necessário empreendimento: a criação de uma biblioteca filial, um novo lar para os volumes excedentes. Ptolomeu III (246–221 a.C.) atendeu a esse chamado, incorporando a filial na própria estrutura do recém-construído Serapeu, localizado no rico mosaico cultural do distrito egípcio ao sul da cidade.

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Tentativas de quantificar os tesouros contidos dentro das paredes da biblioteca aguçam a imaginação e evocam um sentimento de admiração. Estimativas iniciais do século III a.C. falam de “mais de 200.000 livros”, uma coleção impressionante que nos deixa sem fôlego de espanto. Mais tarde, a voz medieval de João Tzetzes pinta uma imagem mais grandiosa, registrando “42.000 livros na biblioteca externa; na interna (Real) 400.000 livros mistos, além de 90.000 livros não mistos.” Ainda assim, outros sussurros entre os séculos II e IV d.C. alcançam um surpreendente número de 700.000 volumes.

Os números, embora vastos e variados, apenas sugerem a verdadeira essência da Biblioteca de Alexandria. Era um lugar onde a busca pelo conhecimento não conhecia limites, onde o coração da investigação humana pulsava com fervor, e onde os ecos da descoberta ressoavam através do tempo. Neste lugar sagrado, os números tornam-se mais do que meras figuras; eles se tornam uma canção de intelecto e exploração, uma sinfonia que continua a tocar nas câmaras da alma humana.

Caça aos Livros

Nos grandes anais da história literária, poucas histórias são tão encantadoras quanto a busca incansável pelo conhecimento dos Ptolomeus em sua missão de enriquecer a Biblioteca de Alexandria. Uma paixão fervorosa por livros levou-os a uma aventura repleta de intriga, astúcia e uma fome implacável por sabedoria.

A lenda fala dos olhos atentos que vasculhavam cada embarcação que entrava no porto de Alexandria, como se procurassem por tesouros escondidos. E tesouros eles encontraram, na forma de livros, cada um uma joia cintilante do pensamento humano. Esses volumes eram levados à biblioteca, e uma decisão era tomada: devolvê-los aos seus legítimos proprietários ou apreendê-los, substituindo-os por cópias meticulosamente elaboradas. Um ato tanto audacioso quanto reverente, essa prática deu origem a uma coleção incomum, conhecida carinhosamente como “dos navios.”

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A história toma outro rumo caprichoso com o plano engenhoso de Ptolomeu III para adquirir os textos sagrados dos grandes dramaturgos Ésquilo, Sófocles e Eurípides. Guardados como joias raras nos arquivos do estado ateniense, esses textos eram proibidos de deixar o seu santuário. Mas o charme e a astúcia do rei encontraram um caminho. Ao depositar uma quantia exorbitante de prata, ele teve permissão para pegá-los emprestados para copiar. No entanto, os originais nunca retornaram a Atenas, já que o rei enviou apenas as cópias, felizmente abrindo mão da fortuna em prata. Os originais encontraram um novo lar.

Essa maneira heterodoxa de colecionar foi ampliada por compras fervorosas nos mercados de livros em Atenas e Rodes, onde os colecionadores dedicados da biblioteca procuravam não apenas obras únicas, mas diferentes versões da mesma obra. Eles reuniram textos homéricos “de Quios”, “de Sinope” e “de Massília”, cada versão uma diferente tonalidade de beleza.

Em um movimento que transcendeu a língua e a cultura, a sabedoria egípcia foi amorosamente consagrada na biblioteca. Ptolomeu I, em um ato visionário, incentivou os sacerdotes egípcios a reunirem suas tradições antigas e torná-las acessíveis aos estudiosos gregos. Figuras como o sacerdote egípcio Manetho, fluente em grego, e o autor grego Hecateu de Abdera, uniram dois mundos com seus escritos.

As histórias do crescimento da Biblioteca de Alexandria estão impregnadas de admiração, paixão e um romance com o conhecimento que transcende a simples aquisição. Foi uma dança com a sabedoria, uma busca espirituosa pela iluminação, um caso de amor com a palavra escrita. Foi um testemunho da sede insaciável de entendimento que define a condição humana, uma ode à curiosidade que nos impulsiona a buscar, explorar e abraçar o vasto tecido do pensamento humano.

Registro e Classificação dos Livros

A meticulosa preservação do conhecimento dentro da Biblioteca de Alexandria se destaca como um testemunho da dedicação fervorosa de estudiosos como Galeno, que garantiram que cada detalhe de cada livro fosse registrado com o máximo cuidado. Cada entrada era um retrato cuidadosamente traçado, encapsulando não apenas o título, autor e editor, mas também o local de origem da obra, seu comprimento e a natureza única do manuscrito, seja ele misturado com outras obras ou um texto singular e distinto.

Esse sistema carregava um respeito inerente pela arte da escrita, e os escribas eram recompensados não apenas pelo número de linhas, mas pela própria arte de sua técnica. Sob o olhar atento de Diocleciano, uma tentativa de harmonizar os custos em todo o império levou a uma estrutura que honrava a qualidade da caligrafia:

  • Um escriba da melhor escrita por 100 linhas: 25 denários
  • Para uma escrita de segunda categoria, 100 linhas: 20 denários
  • Para um tabelião por um documento legal, 100 linhas: 10 denários

Essa estrutura não era simplesmente sobre salários; era um reconhecimento da alma embutida em cada traço da caneta.

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Entre as imponentes prateleiras da biblioteca, uma tarefa monumental foi empreendida pelo poeta e estudioso grego Calímaco. Encarregado da assustadora responsabilidade de catalogar o conteúdo da biblioteca “em todos os campos do conhecimento”, sua intelectualidade teceu uma obra bibliográfica magistral: os Pinakes (“Tabelas”). Embora apenas fragmentos dessa obra permaneçam, eles testemunham uma mente de brilhantismo enciclopédico, moldando categorias como retórica, direito, épico, tragédia, comédia, poesia lírica, história, medicina, matemática, ciência natural e mais.

A influência de Calímaco reverberou ao longo do tempo, inspirando estudiosos futuros e deixando sua marca até mesmo na deslumbrante obra árabe do século X, Kitāb al-fihrist (“Índice”) de Ibn al-Nadīm.

No coração do triunfo intelectual de Alexandria estava a Biblioteca, nutrindo as mentes do Mouseion e fomentando a excelência em diversas disciplinas. Era um farol do empenho humano, um monumento à busca incansável pela sabedoria. Refletindo sobre esse legado extraordinário, Vitrúvio, no século I d.C., capturou a gratidão que ressoava através das gerações:

“Portanto, devemos a eles, de fato, os maiores agradecimentos, porque não deixaram tudo passar em silêncio invejoso, mas providenciaram o registro por escrito de suas ideias de todo tipo.”

Essas palavras são mais do que um mero reconhecimento; são uma homenagem ao próprio espírito do patrimônio intelectual da humanidade, preservado, celebrado e transmitido ao longo das eras, uma homenagem duradoura à eterna memória da humanidade.

Outras Línguas

Dentro das sagradas paredes da Biblioteca de Alexandria, a sabedoria coletiva da humanidade encontrou um lar. Isso não era apenas um repositório para a literatura grega ou anais egípcios; era uma deslumbrante tapeçaria tecida a partir dos pensamentos, filosofias e descobertas de inúmeras culturas.

No início do século III a.C., a biblioteca ressoou com a voz de Beroso, um sacerdote caldeu que escreveu uma história fascinante da Babilônia no cadenciado poético do grego. Esta obra, vibrante com contos antigos, rapidamente encontrou seu caminho até os estudiosos egípcios, tornando-se uma fonte para futuras explorações.

Sussurros do Zoroastrismo fluíam pelos corredores da biblioteca, capturados por Hermippus em Alexandria, que escreveu um tomo tão expansivo que parecia como se a própria essência de uma profunda tradição espiritual tivesse sido cristalizada em pergaminho.

Mesmo os ecos distantes do Budismo alcançaram esses salões sagrados, um emblema da troca cultural incentivada por gestos diplomáticos entre Ashoka e Philadelphus. A biblioteca tornou-se um cruzamento onde o Oriente encontrou o Ocidente, um caldeirão de percepções e reflexões.

Mas talvez a joia mais luminosa neste tesouro fosse a tradução do Pentateuco dos enigmáticos sussurros do hebraico para o abraço familiar do grego. Uma necessidade premente para a comunidade judaica helenizada em Alexandria, esta tarefa monumental foi realizada com reverência e cuidado meticuloso ao longo dos séculos 3º e 2º a.C.

O que emergiu deste esforço foi a Septuaginta, uma tradução que brilhava com a luz divina dos textos antigos, tornada acessível através da abundância de material de pesquisa acolhido dentro da biblioteca. Ela permanece como um farol na história da tradução, um artefato de imenso valor que continua a iluminar o caminho dos estudos bíblicos, guiando estudiosos e buscadores igualmente.

A Biblioteca de Alexandria não era meramente uma coleção de livros; era uma sinfonia do pensamento humano, uma confluência de culturas e crenças, e um testemunho vivo da curiosidade ilimitada e unidade do espírito humano. Ela abraçava a sabedoria do mundo com braços abertos, preservando-a para a posteridade, e, ao fazê-lo, criou um legado que ainda ressoa com uma beleza atemporal e universal.

Declínio da Biblioteca de Alexandria

A história das grandes bibliotecas de Alexandria permanece um conto assombroso, envolto em mistério e debate, inflamando o espírito humano com curiosidade e intriga. Esses santuários do conhecimento, onde dois notáveis repositórios já estiveram, eram um símbolo de iluminação que sobreviveu gerações, acendendo inúmeras mentes e fomentando uma sabedoria incomparável. Sua existência permaneceu uma questão controversa até a conquista árabe de Alexandria no século 7. Mas a maré da compreensão mudou, e agora um consenso sombrio está emergindo entre os estudiosos de que ambos esses lugares sagrados caíram, perdidos nas brumas do tempo, destruídos em diferentes momentos dilacerantes.

Quem Incendiou a Biblioteca de Alexandria?

A causa exata da destruição da Biblioteca de Alexandria é objeto de debate, mas vários eventos ao longo de séculos podem ter contribuído. Principais culpados incluem: o cerco de Júlio César (48 a.C.), Teófilo (391 d.C.) e o decreto de Teodósio I (391 d.C.). Nenhum evento único ou grupo pode ser totalmente responsabilizado.

A Biblioteca Real de Alexandria, um símbolo de sabedoria e aprendizado, encontrou um fim agonizante durante os estertores da guerra. Em 48 a.C., Júlio César, envolvido no conflito civil egípcio entre Cleópatra e seu irmão Ptolemeu XIII, foi forçado a acender um fogo que mudaria o curso da batalha, apenas para inadvertidamente extinguir um farol do conhecimento. As palavras de autores antigos como Plutarco e Estrabão reverberam através da história, lamentando a perda da Grande Biblioteca, um repositório que já guiou pioneiros como Eratóstenes e Hiparco. Sua destruição deixou um silêncio ecoante, um vazio que ainda ressoa com estudiosos e sonhadores.

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A biblioteca filha, encravada no abraço protetor do Serapeum, perdurou por mais um tempo, um relicário sobrevivente de um mundo que já foi. Mas com o fervor arrebatador do Cristianismo por todo o império, seu destino foi selado. O imperador Teodósio I, consumido por sua missão de obliterar o paganismo, desencadeou um torrente de destruição. Teófilo, bispo de Alexandria, empunhando o decreto imperial como uma espada, liderou o assalto que estilhaçou o Serapeum, abatendo o outrora reverenciado templo e sua preciosa biblioteca. As próprias pedras pareciam chorar com a destruição, e os relatos vívidos de testemunhas como Teodoreto, Eunápio, e Aftônio atestam uma perda que foi tanto física quanto espiritual.

Essa história trágica não terminou com o silêncio do Serapeum; os ecos da devastação persistiram. Uma nuvem escura pairou sobre Alexandria, e a vida intelectual da cidade foi ofuscada pelo domínio férreo do Cristianismo. O outrora vibrante Museu e suas bibliotecas desvaneceram-se no esquecimento.

A conquista árabe em 642 inaugurou uma nova era, mas com ela veio um estranho silêncio a respeito das lendárias bibliotecas. Séculos se passaram até que surgiu uma história sedutora no século 13, acusando o general árabe ʿAmr de queimar a antiga Biblioteca de Alexandria. Esta narrativa, repleta com o tempero da ficção, foi posteriormente desmentida como uma invenção, deixando os historiadores com perguntas ardentes e uma saudade pela verdade.

Os séculos 11 e 12, cruciais na história das Cruzadas, viram uma complexa interação de forças culturais e militares. A Europa estava despertando para um renascimento do aprendizado clássico, e a fome pelo conhecimento antigo era insaciável. Universidades surgiam, e a ânsia por livros era voraz. Em contraste gritante, o Oriente muçulmano enfrentou a trágica perda de bibliotecas, devastadas pela guerra e pela fome.

A perda da grande biblioteca Fāṭimid no Cairo, o saque dos tesouros de Trípoli, e a tragédia pessoal de Usāmah ibn Munqidh, que perdeu sua preciosa biblioteca, pintam um quadro imerso em tristeza e angústia. Essas histórias, preenchidas com a agonia da perda, provocaram indignação pública, levando a uma batalha de palavras e acusações que marcaram a época das Cruzadas.

Talvez tenha sido esse cenário turbulento que estimulou Ibn al-Qifṭī a abraçar e embelezar uma história sobre a destruição das bibliotecas de Alexandria. A associação de sua família com o poderoso Saladino pode ter desempenhado um papel em sua motivação. A liquidação dos tesouros por Saladino, incluindo grandes bibliotecas públicas, alimenta ainda mais essa narrativa complexa e comovente.

O anseio pelas tesouros perdidos do conhecimento transcende o tempo e o lugar. A sede da Europa por sabedoria antiga e a profunda tristeza do Oriente pela perda de seu patrimônio intelectual refletem o desejo humano universal por compreensão e iluminação.

À medida que as páginas da história se viram, a história das bibliotecas de Alexandria, com seu mistério duradouro e perda comovente, continua a cativar e inspirar. É uma história que fala à alma humana, um lembrete comovente da natureza frágil da sabedoria e da busca atemporal pelo conhecimento. É um legado que persiste, um sussurro do passado que continua a mover corações, alimentar imaginações e iluminar a jornada incessante do espírito humano.


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Fontes

  1. Encyclopedia Britannica. “The fate of the Library of Alexandria.” Encyclopedia Britannica. Accessed [11.08.23]. https://www.britannica.com/topic/Library-of-Alexandria/The-fate-of-the-Library-of-Alexandria.
  2. Wikipedia contributors. “Library of Alexandria.” Wikipedia, The Free Encyclopedia. Accessed [11.08.23]. https://en.wikipedia.org/wiki/Library_of_Alexandria#Historical_background.